Comentários de William Cetnar Sobre a Tradução do Novo MundoWilliam Cetnar
Não seria da máxima importância conhecer os homens, as suas qualificações e credenciais -- homens a quem confiaríamos as nossas vidas espirituais? Certamente não confiaríamos num cirurgião que se recusasse a dizer o seu nome ou credenciais. Achei interessante que em Betel estes tradutores não tomassem quaisquer precauções para se manterem anónimos. Levantavam-se todos ao mesmo tempo da mesa do refeitório, antes das outras pessoas, e saíam todos juntos na limousine do presidente para Staten Island. Ficavam lá, algumas vezes ausentes de Betel durante várias semanas de cada vez. Este modo astuto de proceder não é novo na Sociedade. De facto, a Sociedade Torre de Vigia atribui toda a "nova luz" a um corpo anónimo chamado o "restante" (um bode expiatório abstracto). No entanto, ninguém tem uma lista com os nomes do "[escravo] fiel e sábio" ou "restante". Ninguém sabe quem realmente é o "restante". O "restante" também não se reuniu em congresso para tomar uma decisão sobre qualquer política da Sociedade ou "nova luz". Das minhas observações, N. H. Knorr, F. W. Franz, A. D. Schroeder, G. D. Gangas e M. Henschel encontraram-se nestas sessões de tradução. Excepto o Vice-presidente Franz (cujo treino era limitado), nenhum dos membros da comissão tinha formação ou background adequado para ser tradutor crítico da Bíblia. A habilidade de Franz para fazer um trabalho erudito de tradução do hebraico está sujeita a sérias dúvidas. Isto ficou evidente na Scottish Court of Sessions (Tribunal Escocês de Sessões) em Novembro de 1954. A seguinte troca de perguntas e respostas entre o advogado e Franz consta da transcrição do tribunal:
O que Franz "não tentaria" traduzir para hebraico era um exercício simples que não apresenta nenhuma dificuldade para um estudante médio de hebraico do primeiro ou do segundo ano do seminário. Esta conclusão foi feita por um professor qualificado de hebraico. Devido à inadequação dos tradutores, eles não fizeram traduções exactas das línguas originais, mas antes transmitiram aquilo em que as Testemunhas acreditavam. Isto é verificado por muitos peritos bíblicos qualificados, entre eles o Dr. Anthony Hoekema, que comentou:
Em Março de 1954 fui encarregado de entrevistar o bem conhecido tradutor da Bíblia, Dr. Edgar J. Goodspeed, para obter a avaliação dele sobre o primeiro volume da New World Translation of the Hebrew Sciptures (Tradução do Novo Mundo das Escrituras Hebraicas). Eu devia tentar que ele recomendasse a tradução. Durante a visita de duas horas com ele, era óbvio que ele conhecia bem o volume, pois conseguia citar os números das páginas onde se encontravam as traduções sobre as quais ele tinha objecções. [...] Quando eu estava de saída, perguntei-lhe se podia recomendar a tradução para o público em geral. Ele respondeu: "Não, sinto muito mas não posso fazer isso. A gramática é lamentável. Tenha cuidado com a gramática. Certifique-se de que corrige isso." [...] Na sede, os homens do Departamento de Redacção tinham frequentemente diferenças de opinião. Cada um tinha de "camuflar" cuidadosamente as suas opiniões de modo a não perder a posição ou ser considerado um herege. O Presidente Knorr fez uma declaração muito significativa e reveladora em 1952, depois de alguns dos irmãos do Departamento de Redacção terem argumentado sobre um assunto doutrinal. Ele disse: "Irmãos, podem discutir à vontade sobre isso, mas quando isso sair do sexto piso, isso é a verdade." O que ele estava a dizer era que depois de estar impresso (as rotativas estavam no sexto piso), o assunto passava a ser verdade e nós tínhamos de defendê-lo de forma unida. [Texto de William Cetnar no livro de Edmond C. Gruss We Left Jehovah's Witnesses (Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1976), pp. 73-77.]
Índice ·
Copyright © 1998 Osarsif ·
https://osarsif.blogspot.com/2006/02/0029.html
![]() |